Restaurante cubano: Syngular, no Porto
Foi só quando me sentei à mesa do restaurante Syngular, no Porto, que percebi que nunca tinha provado comida cubana. E é o próprio dono que nos diz que é “muito parecida com a portuguesa”. Ora, aí está mais uma razão para experimentar pratos típicos da ilha de Fidel. E experimentámos. Vários. Mas já lá vamos à comida.

A história começa com o cubano Yorky Cabrera, que vive em Portugal há sete anos, e é o dono deste cantinho onde se pode experimentar a gastronomia cubana e, no final, pode fumar os famosos charutos.
Tem uma salinha à parte (cigar-lounge), com sofás, e uma montra recheada de variados charutos, com preços entre os €1,50 até aos €25. É aí que se pode refastelar com o charuto, depois da refeição.

O nome Syngular vem precisamente do facto de ser um restaurante único na cidade e a gastronomia cubana é trazida pelas raízes de Yorky. Na cozinha, quem recria as receitas típicas é a chef Laura Santos, que domina a gastronomia internacional e inclui também muitas sugestões portuguesas.
Com decoração moderna, o espaço tem música ambiente cubana e o serviço é rápido. Ao almoço tem sempre mais gente (assim dita a zona onde está instalado, com muitas empresas) mas, ao jantar, é mais calmo e muito agradável para se estar, tanto num jantar romântico como num convívio com o grupo de amigos.

E agora a comida… A carta do Syngular é tão eclética que deve agradar a gregos e troianos: há pratos de carne (bifes do lombo, pato, peru, picanha, etc) , pratos de peixe (vários de bacalhau, moqueca de camarão, etc), pastas, pizzas, risottos, saladas e muitas opções vegetarianas.
As sugestões de comida cubana vão variando e, de três em três meses, Yorky vai mudando as propostas da ementa do Syngular. Provámos um tenríssimo e muito saboroso polvo (Pulpo à la Criolla).

Logo de seguida veio uma carne picada, temperada divinalmente, com azeitonas (Picadillo a la Habanera) e ainda um outro prato típico cubano com carne estufada, arroz com feijão preto e rodelas finas de banana (chicharritas) – que parecem batatas fritas – que são uma das maravilhas deste prato.
A este último prato chamam os cubanos de Ropa Vieja, ou seja, quase o mesmo que a nossa tão portuguesa Roupa Velha. Só que em vez do bacalhau é com carne. Na terra de Yorky este prato era feito com os aproveitamentos de carne mas sublinha que “aqui fazemos com a melhor carne, mas o modo de confeção é o mesmo”.

Pode nunca ter pensado neste assunto mas sabia que, em Cuba, não é permitido pescar no alto mar? Porquê? Porque quem tinha barcos fugia do país em direção aos Estados Unidos. Foi então que passou a ser proibido. É Yorky quem nos relembra esse facto enquanto diz o que se ri quando vê certos peixes com o selo “pescado em Cuba”.
E atira o dono um ditado que mudou com a política de Fidel: “Dizia-se «camarão que adormece a corrente do rio leva», mas agora diz-se «camarão que adormece comem os turistas»”.

As sobremesas do restaurante Syngular são muito variadas. Desde a mousse de limão (na foto à esquerda), refrescante e doce, aos gelados e sorvetes, tiramisú, e o ahogado de café (gelado de baunilha com café e licor de whiskey), entre muitas outras. Os cocktails e os mojitos também saem como aperitivo ou mesmo como acompanhamento à refeição. É como preferir.

Nos dias mais quentes, o Syngular monta a esplanada e passa a servir snacks durante as tardes (a seguir ao almoço e antes do jantar). Vai ter também uma especialidade de verão (fresquinha!) que provámos: um gelado de mojito (€3,50).
Se morar ali perto e não lhe apetecer cozinhar, o Syngular tem também serviço de take away e faz 10% desconto, no preço de carta, no prato que levar.
E, se estiver a pensar em visitar Cuba nos próximos tempos, pode aproveitar para pedir umas dicas a Yorky Cabrera. Bom apetite!

CONTACTO

Restaurante Syngular, Rua Dr. Emílio Peres, 62, Porto
Tel. 226 094 659
Horário: segunda, 12h-15h; terça a quinta, 12h-15h e 19h30-23h; sexta, 12h-15h e 19h30-00h; sábado, 19h30-00h
Preços: menu de almoço: 6,50 (sopa, prato e café); preço médio: €20
Tem um menu a preço fixo de €37, para duas pessoas, com couvert, prato, sobremesa, garrafa de vinho escolhida pela casa e cafés.



Um comentário
Agostinho Costa
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Dunieski é contra qualquer tipo de representação, mas não quer deixar passar a oportunidade de mostrar a sua versatilidade, ou melhor, sua habilidade. Ele pinta (e pinta bem), instala, faz fotografias e vídeos, mas não os vê como tradutores eficientes daquilo que acontece mentalmente, onde, na sua opinião, acontece tudo o que é verdadeiramente importante, e de resto é puro artesanato.
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Será servido um Porto de Honra.
A exposição estará patente ao público de Terça-feira Sexta-feira das 14,00 às 19,00 horas e Sábados, das 9,30 às 12h30 e das 14,00 às 19,00 horas, até 7 de Março.
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