A 10 de setembro celebra-se a fundação da Real Companhia Velha, a empresa mais antiga de Portugal no setor dos vinhos, que este ano assinala 269 anos de atividade ininterrupta. A data coincide com o Dia do Vinho do Porto, tornando a efeméride ainda mais especial e simbólica para a história da região do Douro e da cultura vínica portuguesa. Este ano, a celebração tem dois motivos extra: a primeira edição do Quinta das Carvalhas Porto Tawny 80 Anos; e a segunda edição do Porto Tawny 50 Anos. Parabéns e um brinde à Real Companhia Velha!
Em 2023, a Real Companhia Velha fez o lançamento do seu primeiro Quinta das Carvalhas Porto Tawny 50 Anos . Este ano, a celebração voltou a surpreender, com a apresentação de duas raridades: a primeira edição do Quinta das Carvalhas Porto Tawny 80 Anos, uma nova categoria recentemente instituída pelo IVDP (Instituto dos Vinhos do Porto e Douro), e a 2.ª edição do Quinta das Carvalhas Porto Tawny 50 Anos.
Ambos os vinhos têm origem na Quinta das Carvalhas, uma das quintas da Companhia e um dos nomes mais emblemáticos do Douro. Situada na margem esquerda do rio, é considerada um dos maiores cartões de visita da paisagem vinhateira, classificada como Património Mundial pela UNESCO.
Vinhos raros e irrepetíveis
O caráter excecional destas edições limitadas prende-se com a raridade dos seus componentes. São lotes que espelham a riqueza do património vínico da Real Companhia Velha e a sua vontade de aliar tradição à inovação.
Este lote único de 80 anos é composto por quatro vinhos do Porto:
– Very Old Tawny Século XIX (Complexidade, Generosidade e Profundidade);
– Very Old Tawny 1927 (Estrutura, Intensidade, Potência);
– Colheita 1955 (Exuberância, Exotismo);
– Colheita 1975 (Vitalidade, Tensão, Frescura).
Estão disponíveis apenas 695 garrafas e cada uma custará à volta de 1300€.
O evento de lançamento contou ainda com uma prova conduzida por Pedro Silva Reis, pelo Diretor Executivo e Blender Tiago Silva Reis, pela enóloga Diana Vasconcelos e pelo Diretor Comercial Vasco Silva Reis. Os participantes tiveram a oportunidade de degustar não só os novos Tawnies, mas também alguns dos vinhos que deram origem ao Porto Tawny 80 Anos, numa experiência de aprendizagem e descoberta.
Notas de Prova (cedidas pela RCV): De cor âmbar acentuada com laivos esverdeados, o aroma revela-se muito intenso e de enorme complexidade, com notas de frutos secos, laranja desidratada, especiarias, madeira exótica e um toque de verniz.
Na boca é muito generoso e sedoso com uma doçura profunda, mas perfeitamente equilibrada por uma acidez vibrante. Apesar de uma grande concentração e um final longo e extraordinariamente persistente, este Porto prima pela elegância.
Álcool: 21%
A surpresa da arte: Renoir entre vinhos
Se os vinhos raros já prometiam uma celebração inesquecível, a Real Companhia Velha acrescentou um momento inesperado e profundamente cultural. Durante o evento, foi exibido um quadro original de Auguste Renoir, numa ligação entre a arte da pintura e a arte do vinho.
A peça impressionista foi o ponto de partida para a intervenção de uma historiadora convidada, que explicou como o estilo de Renoir – marcado pela luz, pelas cores e pela celebração dos prazeres da vida – encontra paralelo no vinho do Porto. Tal como o Impressionismo rompeu convenções artísticas no século XIX, também a Real Companhia Velha continua a reinventar-se, surpreendendo com lançamentos pioneiros, mas sempre ancorada numa herança secular.
Enoturismo com história e cultura
Este evento mostra como o enoturismo no Douro é cada vez mais uma experiência multidisciplinar, que cruza vinhos de exceção, história, património e artes. A presença do quadro de Renoir e a explicação que o acompanhou acrescentaram uma dimensão cultural rara, que convida a olhar para o vinho do Porto não apenas como produto gastronómico, mas como parte integrante de uma identidade artística e emocional.
Visitar a Quinta das Carvalhas e descobrir o legado da Real Companhia Velha é, assim, muito mais do que uma viagem enoturística: é mergulhar em séculos de história, em paisagens únicas e em experiências sensoriais que ligam tradição, inovação e cultura.
E porque o vinho também é arte, nada melhor do que brindar ao futuro da mais antiga empresa portuguesa de vinhos, com um copo de Porto que guarda dentro de si um pedaço do Douro. Parabéns, Real Companhia Velha!