Em 2017, fiz algumas viagens sozinha e uma delas foi ao Vale do Loire, em França, à descoberta desta região, da sua cultura, história, gastronomia e, claro, dos castelos. Em cinco dias fiz vários quilómetros de estrada para visitar seis castelos, dormi em vários hotéis diferentes e numa casa-barco, fui a restaurantes gourmet e a outros com produtos biológicos. Estive nos locais por onde passou Joana d’Arc e posso garantir que a região do Vale do Loire merece bem uma visita demorada.
Se vai fazer este programa, aconselho a a passar pelo menos um dia em cada castelo, para aproveitar ao máximo o que os espaços proporcionam. Não são só visitas ao castelo, em si, que têm restaurantes para experimentar (também pode fazer piqueniques) e exposições para descobrir. Passeie sem correr e aproveite ao máximo o local que está a visitar.
No primeiro dia, voei do Porto para Tours e já o meu carro de aluguer à minha espera. É só chegar ao exterior do aeroporto e ir ao balcão do carros alugados e pegar na chave do seu. O GPS fará o resto, se tiver estes dados que lhe dou para seguir o meu programa, tal como eu o fiz. Eu fiz o programa em cinco dias, mas aconselho a fazê-lo pelo menos em seis dias, para ter mais tempo para aproveitar tudo.
Como cheguei manhã bem cedo a Tours, fiz logo a viagem até Lémeré (cerca de 1h de estrada / 62km). Fiz a visita ao Château de Rivau e almocei por lá. Tive tempo de ver tudo, espreitar o interior do castelo, desfrutar dos jardins e ficar a conhecer a história de Rivau. Se tiver pouco tempo e quiser conhecer o máximo de castelos possível, parta ao início da tarde para Azay-le-Rideau (são cerca de 30 minutos para fazer cerca de 30km). Se for no verão, os horários são mais prolongados e o sol acompanha-nos nas visitas ate à hora de jantar.
Quando fiz esta viagem ao vale do Loire, em julho de 2017, o Château de Azay-le-Rideau tinha acabado de abrir depois de uma intensa remodelação. É um castelo com muito para ver no interior mas também pode desfrutar dos seus jardins para piqueniques. Tem um bar, com uma esplanada e cadeiras para simplesmente descansar e aproveitar o bom tempo nos jardins. Por isso, se puder, visite um château em cada dia para poder aproveitar ao máximo os sítios por onde passar.
Ainda em Azay-le-Rideau, se tiver tempo, a uns cinco minutos de carro do castelo, pode ir fazer provas de vinhos no Château de l’Aulée. Tudo fica a caminho, principalmente para ir fazer o check in no alojamento sugerido, o hotel troglodita Troglododo, em Azay-le-Rideau. Existem muitos locais para jantar no centro da vila, mas a minha proposta recai no restaurante Côté Cour, mesmo junto do château. Comida ótimo num sítio simples, mas muito bonito.
DIA 2 NO VALE DO LOIRE

No segundo dia de viagem, depois do pequeno-almoço no Troglododo, saio de Azay-le-Rideau para guiar até Chançay (cerca de uma hora de viagem, para uma distância de 46 km). Em Chançay, fui visitar a Alain Robert, uma produtora de Vouvray, na região de Touraine. Além de ficar a conhecer os métodos de produção, fiz depois provas de vinhos, harmonizadas com produtos da região.
Daqui, parti para Chaumont-sur-Loire – que fica a cerca de 32 Km – numa viagem de cerca de 45 minutos de carro que se transformou em mais de uma hora de percurso porque o GPS começou a dar erro no meio das vinhas e não me levava à estrada principal. Depois de algum tempo a deixar o GPS “achar-se”, lá consegui voltar à estrada e chegar a Chaumont-sur-Loire, onde aproveitei para comer numa das pastelarias locais, antes de ir para o castelo.
De seguida, fui ao Château de Chaumont-sur-Loire onde decorre, todos os anos, o Festival Internacional dos Jardins de Chaumont-sur-Loire. Se for também na altura do festival reserve quase um dia inteiro para este château. Além da visita ao castelo e às cavalariças, desfrute dos vários jardins artísticos, que é algo que leva tempo se quer usufruir bem do que o espaço tem para oferecer.
Ao final do dia, parti de Chaumont-sur-Loire para chegar à pequena vila de Saint-Dyé sur Loire (são cerca de 40 minutos de carro, numa estrada junto do rio Loire) para fazer o check-in no barco-casa La Cabiche, onde iria ficar a dormir. Como na vila não havia nada aberto, fui jantar a Blois, que fica muito perto. Para fazer esta distância, é só seguir o Loire – viagem de cerca de 20 minutos, no máximo, para fazer 16 Km numa estrada sem luz – com o rio na sua direita.
Em Blois, fui jantar a um restaurante excelente. O restaurante La Creusille fico do outro lado da margem do Château de Blois. Durante o verão, o castelo de Blois tem sempre muita animação e atividades. Poderá ir lá depois do jantar, antes de voltar para o local de alojamento e descansar.
DIA 3 NO VALE DO LOIRE
Manhã cedo, depois do pequeno-almoço em Saint-Dyé-sur-Loire, percebo que estou muito perto do próximo castelo a visitar… e que é um dos mais importantes desta viagem. Estou a cerca de 10 minutos do Château de Chambord. Em 5 Km estamos às portas do domínio de Chambord, apesar de levar mais tempo chegar ao castelo: entrar na floresta, estacionar o carro (estacionamento pago) e chegar à porta do castelo… são uns bons 20 minutos.
Chambord é outro dos locais que merece um dia inteiro de visita, por isso, vai ver muita gente a levar o piquenique e aproveitar a zona de sombra de árvores, com mesas e bancos, para desfrutar ao máximo. Além da visita ao castelo, no interior e exterior, tem depois várias atividades para fazer: pode passear nos jardins, fazer passeios de barco elétrico no canal, passeios de bicicleta, experimentar os restaurantes, fazer provas de vinhos e levar consigo os doces, das lojas gourmet junto da entrada.
Parei para almoçar no Monument Café – já dentro do espaço do Château de Chambord – onde tudo tinha uma aspeto delicioso e o melhor é que não tive de esperar para ser servida. É self service, com várias opções: saladas variadas (com ovo cozido, camarão, quinoa, massa com pesto e queijo); depois tem os pratos quentes em pequenos tachinhos, com propostas de carne ou de peixe, com legumes a acompanhar; e as sobremesas (com muito bom aspeto) desde fruta a cheesecake, bolo de chocolate e macarron… Os restaurantes estão situados na praça, antes de chegar ao castelo, junto da receção e da loja.
Se conseguir ver tudo o que quer rapidamente pode ainda encaixar na sua agenda deste dia a visita ao Château de Meung-sur-Loire (fica a 31 Km, cerca de 40 minutos de carro). Este castelo é, de todos os que visitei, um dos mais apropriados para famílias, com uma agenda muito bem feita com atividades para miúdos e graúdos. A vila é também muito pitoresca e poderá optar por jantar por lá antes de partir para o local de alojamento escolhido para esta noite.
Em Meung-sur-Loire estou a cerca de 25 Km de Orleães (cerca de 30 minutos de carro) e é lá que vou dormir nessa noite, no Empreinte Hôtel, Boutique e Spa, no centro da cidade e com vista para o rio Loire. Acabei por fazer o jantar em Orleães, no Oh Terroir, um restaurante que usa produtos biológicos e de produtores locais.
DIA 4 NO VALE DO LOIRE
De manhã cedo, tenho marcada uma visita guiada pelo centro histórico da cidade de Orleães – pode descobrir aqui o que pode visitar em Orleães. O almoço também foi em Orleães, na Creperie Bretonne, que fica mesmo no pitoresco centro histórico da cidade.
De Orleães, parto para o Château de Cheverny. São 75 km de estrada que me esperam, mas que se fazem muito facilmente. Em uma hora estou já a estacionar no parque de estacionamento de Cheverny (parque grátis) e preparada para conhecer o château ligado às aventuras de Tintin. Também neste castelo tem muito para ver e se eu soubesse antecipadamente disso tinha almoçado por lá em vez de ter “perdido” esse tempo em Orleães. A visita ao interior do castelo é relativamente rápida, mas há exposições para ver, a estufa, o passeio de barco, passeios no jardim, a exposição de Tintin… e eu que tinha marcado o voo sobre os castelos, acabei por ver tudo um pouco a correr… nem tive tempo para ver todo merchandising do Tintin na Loja.
De Cheverny, saí para fazer cerca de 27 Km (uns 45 minutos de carro porque apanha uma parte de estrada de terra) para chegar a Chouzy-sur-Cisse e fazer o voo sobre os castelos e o rio Loire, com a Loisirs Loire Valley (que fica no Domaine de la Pépinière). O GPS entendeu muito bem onde este local, meio ermo, ficava e em pouco tempo estava eu a voar e a ter a incrível experiência de ter a vista dos castelos a partir do céu.
Depois da viagem de avião, e ainda com a adrenalina ao máximo, fiz a estrada para Tours – de Chouzy-sur-Cisse para Tours são 50 Km, ou seja, cerca de uma hora para entrar na cidade. O problema em Tours foi encontrar estacionamento, mas lá tive uma sorte e fiquei relativamente perto do alojamento. Fiquei instalada no bonito B&B La Maison Jules, a uns cinco minutos a pé da Catedral de Tours.
Como era Dia de França, no dia em que estive em Tours, havia muita gente na rua, preparada para ir ver o fogo de artifício. O jantar foi feito com base numa sugestão de uma amiga, que me levou a um restaurante tipicamente português. E provei lá uma ótima francesinha.
DIA 5 NO VALE DO LOIRE
O dia seguinte é o último da minha viagem e é feito com a visita a Tours e principalmente ao recém-inaugurado Centro de Criação Contemporânea Olivier Debré – que tem várias exposições para visitar.
É o dia da partida, com a devolução do carro no aeroporto. Antes de sair do centro de Tours, encha o depósito do carro. O Aeroporto fica a uns 15 minutos do centro da cidade. É só chegar ao aeroporto, estacionar e deixar a chave do automóvel na caixa da respetiva rent-a-car (nota: alugar o carro ficou por menos de 300€ para os cinco dias). Depois é só atravessar a rua e apanhar o voo. Fácil! Boa viagem!
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