Descubra o Paço de Giela, Arcos de Valdevez

Nos Arcos de Valdevez, o Paço de Giela é considerado um exemplar de arquitetura civil, com retoques medievais e modernos. Foi um edifício privado durante séculos e, desde 1910, está classificado como Monumento Nacional.

Situada num outeiro, na margem esquerda do rio Vez, a Torre tem uma vista panorâmica sobre o vale e as terras de Valdevez.
A origem deste edifício está ligada à formação da “Terra de Valdevez” e a casa-torre de Giela demonstra a altura de domínio senhorial e régio sobre a região.

Este pequeno castelo rural serviu de defesa do território de fronteira desde inícios da Idade Média até meados do século XI. Nessa estrutura medieval, entretanto destruída e abandonada, surgiu em meados do século XIV a torre que, além de defesa, tinha também como função a habitação, com os quartos dos senhores das terras.

Em finais do século XIV, foi acrescentado um novo edifício habitacional com dois pisos, com entrada, por onde passavam carruagens (olhe para o chão e ainda vai conseguir ver as marcas da rodas que por ali passaram). As janelas decoradas ao estilo manuelino, escadas que deixaram as suas marcas, portas com grades de ferro, lagares de vinho e azeite, poços… e o brasão da família em destaque na fachada do edifício.

No final do século XVIII e século XIX a casa, desocupada, entra em ruína, e assim fica até a autarquia a tomar em mãos, com um audacioso projeto arquitetónico para a reabilitar e abrir ao público para visitas (projeto que se iniciou em 2014).

Depois de várias remodelações, atualmente pode visitar toda a torre medieval bem como o a parte residencial, com janelas manuelinas, varanda e janelas conversadeiras, maioritariamente edificadas no século XVI.

Mas, antes disso, em meados do século XIV, terá sido construída a torre, substituindo uma outra que foi abandonada no século XI.

No exterior está a que era a casa do caseiro e uma capela que foi também totalmente remodelada. Capela dedicada a Santa Apolónia, edificada em finais do século XVI (cerca de 1549) pelo 6º Visconde de Vila Nova de Cerveira, D. Lourenço de Brito de Lima, e sua mulher, D. Luísa de Távora. No interior já não tem nada, a não ser uma cruz pendurada na parede.

Durante os trabalhos arqueológicos foram descobertas duas sepulturas, no chão da capela, de um adulto e um recém-nascido, que deverão ter sido enterrados na primeira metade do século XVII.

Depois de adquirido pela Câmara, o Paço de Giela foi totalmente recuperado, através de um projeto inovador de reabilitação. Na torre pode encontrar diferentes espaços museológicos em três andares.

No piso inferior estão os achados arqueológicos encontrados em vários locais da região, bem como provas da ocupação humana no concelho durante os últimos milénios, assim como mostra a evolução e história do próprio monumento – da Pré-História à Época Moderna.

No piso superior há um vídeo para ver que ensina e mostra a importância do “Recontro de Valdevez”, acontecimento de 1141 que opôs Afonso Henriques a seu primo Afonso VII de Leão e Castela. Ou seja, um episódio de extrema importância para a história de Portugal. De cada lado do ecrã estão manequins que representam D. Afonso Henriques (esquerda) e o seu primo Imperador Afonso VII de Leão e Castela (direita).

E é no Paço de Giela que, todos os anos no verão, é feita uma recriação histórica:

“Convidamo-lo a participar neste episódio marcante e fundador da história nacional, ocorrido em 1141, que opôs cavaleiros de Afonso Henriques e Afonso VII de Leão e Castela, seu primo, no único torneio medieval documentado na história portuguesa.
Surge agora renascido no tempo,, em cinema digital de ultra definição, oferecendo uma experiência imersiva que o coloca na primeira linha deste fantástico momento histórico. Regresse à idade Média e aos primórdios da formação da nacionalidade.”

INFORMAÇÕES

Paço de Giela, Giela, Arcos de Valdevez
Telefone: +351 258 520 529 / +351 965 995 094

GPS
41°51’00.1″N 8°24’28.1″W

Entrada: 0-12: gratuito; bilhete normal: 1€
Horário: terça-feira a domingo, 10h00-13h00 e 14h00-18h00; horário de verão: terça-feira a domingo, 15 de junho a 15 de setembro encerra às 19h00