Na Islândia, por Luís Seco

Durante o ano de 2017 vou estar aqui, no Viaje Comigo, com este desafio de “Uma fotografia por dia”. A cada dia vão encontrar uma fotografia de viagem e a história que está por detrás da mesma. E a rubrica está aberta a outra viajantes que queiram partilhar as suas imagens e histórias…

A participação de hoje é de Luís Seco, autor do blogue FotoViajar, sobre a sua viagem à Islândia. Só pelas imagens já se consegue sonhar com este destino… As próximas palavras são as dele, contando a história na primeira pessoa. Boas viagens!

Viagem pela Islândia

Fiz uma viagem (um pouco louca) pela Islândia há uns anos que me levou a percorrer a totalidade da estrada N1, aquela que dá a volta completa à ilha.

Os únicos caminhos possíveis são… para a frente ou para trás. O centro de vulcões e glaciares majestosos é impenetrável para carros ligeiros como aquele que tinha alugado. Isto significa que, numa viagem com o tempo limitado, há que seguir o percurso praticamente sem hipótese de atalhar, quando nos apercebemos que fomos demasiado otimistas com o tempo que demoraríamos a percorrê-lo.

Na Islândia, os quilómetros de estrada fazem-se devagar. Devagarinho. Porque grande parte da estrada principal nem sequer está asfaltada. E, essencialmente, porque as longas retas fascinam por nos deixarem ver com ansiedade o caminho que ainda tempos para fazer com toda aquela natureza única para encontrar mais perto. Mas, o que entusiasma são as curvas. Pela antecipação do que nos reserva o outro lado.

É bastante comum encontrar ovelhas à beira da estrada, normalmente um casal sozinho ou com pequenos cordeiros a saltitar por cima das ervas verdes.
Sim, porque na Islândia as ovelhas são espíritos livres que preferem vaguear pelos campos no verão soltos das amarras do rebanho. Ainda que, claro, também nos cruzemos com pequenos e excecionais grupos isolados que confirmam a regra. Despreocupados a marcar a paisagem de flores de algodão com mais alguns pontos brancos.

Mas, normalmente atrás de vedações de arame farpado que os protegem (e a nós) da estrada, o que me gravou verdadeiramente na memória foram os pequenos mas altivos cavalos islandeses, de temperamento visivelmente aventureiro e personalidade vincada. Nota-se na forma como nos olham por entre cabelos desgrenhados que lhes dão um aspeto quase humano.

Os cavalos eram animais naturalmente venerados na mitologia nórdica. Julgo que percebi a razão quando parei à beira duma estrada remota a caminho dos Fiordes Ocidentais para tirar fotografias a um pequeno grupo que pastava.

Um deles, o mais impressionante e singular, aproximou-se da vedação e observou-me. Saudou-me e deu-me as boas-vindas ao seu país, orgulhoso pelo que eu iria encontrar.

Pelo menos foi assim que eu li aqueles olhos magnéticos.

Saiba mais sobre a viagem do Luís Seco à Islândia, aqui.

Desafio 2017 – #43 Uma fotografia por dia…
Em 2017 tenho este desafio… colocar uma fotografia por dia, aqui no Viaje Comigo, relatando a história que está por detrás da mesma. E o desafio vale também para os leitores que queiram partilhar connosco as suas histórias e imagens!

Veja aqui outras imagens e outras histórias da rubrica “Uma fotografia por dia…”. Boas viagens!

Islândia © Fotoviajar