Cascata da Namaacha, Moçambique © Viaje Comigo Cascata da Namaacha, Moçambique © Viaje Comigo
Publicado em Janeiro 29, 2017

Visita à Namaacha, Moçambique

África/ Moçambique/ Notícias [ Namaacha ]

Quando visitei Moçambique, em novembro de 2016, fiquei-me pela visita na parte sul do país. Além de Maputo e da Ponta do Ouro, decidi fazer um passeio até à Namaacha, uma vila conhecida pelas suas cascatas de água.

Infelizmente fui lá numa altura em que já não chovia há algum tempo. Por isso, as cascatas estavam fraquinhas e apenas com um fio de água a escorrer nos penedos. Um cenário muito diferente do que tinha visto nas fotografias online. Mas, mesmo assim valea pena fazer este passeio que nos mostra uma parte do país menos turística.

A Nammaacha fica a cerca de 75 Km de Maputo e fica encostada à fronteira com a Suazilândia e com a África do Sul. A vila está situada num planalto da cordilheira (vulcânica) dos Montes Libombos.

Posto de fronteira com a Suazilândia - Namaacha, Moçambique © Viaje Comigo

Posto de fronteira com a Suazilândia – Namaacha, Moçambique © Viaje Comigo

Na estrada para a Namaacha, Moçambique © Viaje Comigo

Na estrada para a Namaacha, Moçambique © Viaje Comigo

Quando as cascatas da Namaacha estão em toda a sua potência, os locais e turistas fazem piqueniques lá na área – mas aconselham a não tomar banho porque pode ser perigoso.

No centro da vila, está o Santuário de Nossa Senhora de Fátima, inaugurado em 1944, que organiza todos os anos a procissão do 13 de maio. Mesmo em frente à igreja está, num ponto muito alto no centro de um descampado, uma imagem de Nossa Senhora de Fátima.

Igreja na Namaacha, Moçambique © Viaje Comigo

Igreja na Namaacha, Moçambique © Viaje Comigo

Estátua de Nossa Senhora, na Namaacha, Moçambique © Viaje Comigo

Estátua de Nossa Senhora de Fátima, na Namaacha, Moçambique © Viaje Comigo

– A VIAGEM PARA A NAMAACHA A PARTIR DE MAPUTO –

Saí de Maputo, manhã cedo, a caminho da Namaacha. Ainda não eram 8 horas e, na avenida Friedrich Engels, há já gente a passear o cão, ou a fazer a sua corrida matinal e outros já vão nos alongamentos, virados para a baía de Maputo.

A maior parte das “chapas” (carrinhas de 9 a 12 lugares) vão cheias como um ovo (com o dobro das pessoas), com gente que vai trabalhar e saiu de Matola às 6 horas. Maputo tem atualmente muito trânsito e cada vez mais é necessário vir cedo para entrar no centro da capital.

Chapas na estrada da Namaacha, Moçambique © Viaje Comigo

Chapas na estrada da Namaacha, Moçambique © Viaje Comigo

Passamos junto da ponte nova, que vai ligar as margens da baía de Maputo (e que consegui fotografar a partir do avião, antes de aterrar). Os chineses, responsáveis pela construção, colocam gigantes alertas e mensagens de proteção e segurança no trabalho, nos pilares da futura ponte: “A segurança é de vigilância de longo tempo, o acidente é de descuido instantâneo”.

Ponte de Maputo -Moçambique © Viaje Comigo

Ponte de Maputo -Moçambique © Viaje Comigo

Ponte de Maputo -Moçambique © Viaje Comigo

Ponte de Maputo -Moçambique © Viaje Comigo

Em direção à Namaacha, atravessamos Matola onde há muita gente a viver e é um dos bairros com mais habitantes. Sendo uma cidade dormitório, os sul-africanos são quem mais investe na abertura de mega-lojas de tudo e mais alguma coisa, desde mobiliário e decoração a materiais de construção.

A zona de Belo Horizonte segue-se a Matola. É uma zona com casas mais caras e maiores e é aqui que estão universidades, incluindo privadas.

Estrada para a Namaacha, Moçambique © Viaje Comigo

Estrada para a Namaacha, Moçambique © Viaje Comigo

Estrada para a Namaacha, Moçambique © Viaje Comigo

Estrada para a Namaacha, Moçambique © Viaje Comigo

Pela estrada, passamos também por Boane, com um cenário muito verde e muitas machambas. Há gente a trabalhar nos campos e vários hortos colocam as plantas na beira de estrada, onde é feita a venda dos mesmos.

Namaacha, Moçambique © Viaje Comigo

Namaacha, Moçambique © Viaje Comigo

Passamos, aliás, por várias povoações e há inúmeras crianças a caminharem quilómetros para irem para as escolas. Passam machimbombos cheios, muito antigos, mas nem toda a gente tem dinheiro para andar de transportes públicos. E então as beiras de estradas enchem-se de gente a todas as horas, a pedirem boleias. Algumas carrinhas, de caixa aberta, param e vão acumulando gente e carga no mesmo local.

Pela estrada até à Namaacha, Moçambique © Viaje Comigo

Pela estrada até à Namaacha, Moçambique © Viaje Comigo

Pela beira da estrada, há muita a gente a pé ou a pedalar: crianças de mochila às costas, mulheres com bebés, presos com coloridas capulanas, sacos de carvão equilibrados na cabeça, rapazes a pedalarem bicicletas muito antigas.
As fachadas de casas e lojas estão pintadas com as cores de marcas de publicidade: desde a Coca-Cola às operadoras de telemóveis.

Namaacha, Moçambique © Viaje Comigo

Boleias nos carros – Namaacha, Moçambique © Viaje Comigo

Chegamos à Namaacha, que é considerada uma zona de turismo com bancas na beira de estrada, onde se vendem tapetes de palha, chapéus e cestos. Tem hotéis, mas estão vazios nesta altura do ano. Aliás, quase não há turistas nesta altura do ano (novembro) mas para o fim do ano já estão cheios.

Pelo caminho, passando em Ressano Garcia (povoação fronteiriça, com nome do engenheiro e político português), vão-me contando: “esta estrada já foi muito perigosa. Quando mandavam parar era mau sinal. Foi depois da independência. Mas, hoje em dia não, é segura.”

Lojas na estrada para a Namaacha, Moçambique © Viaje Comigo

Lojas na estrada para a Namaacha, Moçambique © Viaje Comigo

No centro da Namaacha, onde há mercado e muita gente, já que é ali que param os transportes públicos, é também onde está o posto transfronteiriço com a Suazilândia. Arames farpados separam os dois países que partilham montes.

Se esta parte do país é muito verde, os montes da Namaacha são ainda mais! Infelizmente, como disse, já não chovia há algum tempo e, por isso, as cascatas não tinha grande queda de água. Mas, deu para ver que é aqui que muitos moçambicanos vêm nos dias de descanso, em família, para fazerem piqueniques.

Cascata da Namaacha, Moçambique © Viaje Comigo

Cascata da Namaacha, Moçambique © Viaje Comigo

Cabra a pastar na Namaacha, Moçambique © Viaje Comigo

Cabra a pastar na Namaacha, Moçambique © Viaje Comigo

Seguimos o passeio pelos montes para encontrar as casas típicas da Namaacha com telhado circular. No meio da via, páro para fotografar. De um lado está uma cabra a pastar e, do outro lado da rua, ouve-se a música de Roberto Carlos aos berros a sair de uma casa. A poucos metros, de janelas totalmente abertas, está uma escola primária, onde os alunos estão todos concentrados no que a professora diz e indiferentes à música do romântico Roberto Carlos.

Casas da Namaacha, Moçambique © Viaje Comigo

Casas da Namaacha, Moçambique © Viaje Comigo

Estradas de casas na Namaacha, Moçambique © Viaje Comigo

Estradas de casas na Namaacha, Moçambique © Viaje Comigo

De regresso, fizemos uma outra estrada que atravessa a Barragem dos Pequenos Limbombos. Tem uma barreira manual – que um soldado vem abrir – para evitar que muita gente vá por aqui sem regras. E, por isso mesmo, não pudemos parar o carro para a fotografia, porque estavam com obras e não podíamos ficar ali parados a impedir a via.

Entrada para a Barragem dos Pequenos Limbombos - Namaacha, Moçambique © Viaje Comigo

Entrada para a Barragem dos Pequenos Limbombos – Namaacha, Moçambique © Viaje Comigo

As retas são enormes sempre acompanhadas por um cenário muito verde, mesmo que seja um dia cinzento como o que me calhou nesta viagem. Vale a pena este passeio para termos um contacto mais próximo com a zona mais rural do sul de Moçambique.

Namaacha, Moçambique © Viaje Comigo

Namaacha, Moçambique © Viaje Comigo

Caminho para a Namaacha, Moçambique © Viaje Comigo

Carros e burros, no caminho para a Namaacha, Moçambique © Viaje Comigo

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