A história portuguesa em Fort Cochim, Kerala, Índia

A Índia é um país enorme e tem vários idiomas. Na região de Kerala, o Malayalam é o idioma usado e é um palíndromo, ou seja, já repararam que fica exatamente a mesma palavra ao contrário?

Na região de Kerala encontra-se também muita história ligada a Portugal e à altura dos Descobrimentos. Ainda algumas palavras são iguais às portuguesas e com igual significado. Sabia que janela é mesmo janela em Malayalam?

Cochim nasceu em redor de um lago salgado e com um conjunto de ilhotas e penínsulas. A parte continental chama-se Ernakulam, onde estão prédios e centros comerciais, ou seja, uma parte mais contemporânea. Já Fort Cochim (ou Fort Kochi) mantém o seu ambiente pitoresco e tradicional, com as marcas dos portugueses, holandeses e ingleses. Foi classificada Património Mundial da Humanidade, pela UNESCO.

Na região de Kerala, a cidade de Cochim é certamente uma das mais procuradas. Pela sua história, praias, gastronomia, especiarias e o bem-receber dos indianos. Experimente também as massagens tradicionais nas casas sugeridas pelo turismo de Kerala.

A história de Portugal está bem guardada aqui. Em 1503, depois de descobrir o Brasil, foi Pedro Álvares Cabral quem constitui em Cochim a primeira colónia europeia na Índia: apelidada de Fort Cochim.
Depois de os portugueses aqui terem estado, vieram os holandeses e depois e os ingleses. Todos queriam o mesmo: fazer deste local a ponte de comércio entre o ocidente e o oriente.

IGREJA DE SÃO FRANCISCO

É aqui que está a Igreja São Francisco, construída pelos portugueses em 1503 e é a mais antiga igreja Europeia na Índia.
Foi em Cochim que o navegador português Vasco da Gama morreu, em 1524, e foi nesta igreja que foi sepultado, tendo sido depois transladado para Lisboa. Na frente está uma homenagem, de 1920, em memória dos falecidos Primeira Guerra Mundial.

BAIRRO JUDEU

O bairro já foi maior e eram muitos mais os judeus que aqui se estabeleceram para o comércio. Existe ainda uma sinagoga (de Paradesi), do século XVI, que pode visitar mas não pode fotografar.
Percorra a rua judaica com vários negócios, desde especiarias até outros muito turísticos. Nessas ruas estreitas e muito pitorescas vai ver o sinal Shalom (que significa olá ou adeus, mas também paz e harmonia) em muitas das lojas.

Existem duas lojas que se destacam entre tantas outras:

– A dos bordados de Sarah Cohen, senhora judia com quase 100 anos. E é uma das últimas a funcionar nesta rua. Sarah continua aqui estabelecida e a trabalhar. É um lugar quase-histórico!

– E a grande loja Spice Market que vende de tudo um pouco, logo qu seja tradicional indiano. Tem um enorme tear onde são feitos os tecidos e até o Príncipe D. Carlos e Camila já foram clientes

PESCA EM FORT COCHIM

As redes de pesca chinesas saltam à vista de quem passeia junto dos barcos em Fort Cochim. As redes são usadas desde o século XIV e até hoje servem de forma tradicional para pescar. Aqui perto encontra também os vendedores do peixe fresco. Pode tirar fotos, mas se quiser participar no recolher de redes dê uma gorjeta aos pescadores.

Todos os dias existem barracas com venda de brinquedos, roupas, bricabraques, incenso, e comida. Ao fim de semana ainda ganha mais vida com as famílias a passearem e as crianças a correrem e a brincarem.

Palácio Mattancherry /Palácio Holandês

Apesar de ter sido apelidado de Palácio Holandês, foram os portugueses que mandaram construir este palácio em 1555. O edifício foi construído em redor de um pátio com um altar dedicado à deusa Bhagavati. Um espaço do século XVI que conta a história, ao longo de vários séculos, desta região. Tem expostas pinturas, armas, mobiliário, documentos históricos, etc.

Curiosamente nem portugueses, nem holandeses (que o renovaram), usaram este edifício que era utilizado pelos marajás para cerimónias.

Em Cochim fizemos ainda um tour que incluiu um passeio de barco Hop on Hop off com o Muziris Tour. O que visitámos:

– Forte Kottapuram – ruínas do forte construído em 1523 pelos portugueses. Teve um papel estratégico muito importante – na boca do rio Perigar – de fortificação que impedia os avanços em guerras na região. Em 1662 os holandeses tentaram ocupá-lo mas a resistência dos portugueses fez com que só o conseguissem um ano depois. Durante a guerra o forte ficou severamente danificado. Era um ponto estratégico porque conseguia controlar todos os barcos que aqui passavam.

– Palácio holandês Paliam:
Foi usado como residência dos Paliam Achans, primeiros-ministros dos Marajás do Estado de Cochim.

– Museu Paliam Nalukeetu

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