As praias, o golfe, a gastronomia e a cultura de Huelva, Espanha

O sul de Espanha é inevitavelmente conhecido pelas suas praias. Bem cuidadas, com quilómetros e quilómetros de amplos areais. Mas, na visita a Huelva, o Viaje Comigo descobriu mais razões para visitar esta região.

Durante dois dias, o Viaje Comigo foi conhecer Huelva e ficou no Islantilla Golf Resort. Um paraíso de golfe e praia e com um restaurante, em formato buffet, com muita diversidade e muita aposta em peixe e marisco.

Nesta viagem ao sul de Espanha, ficamos a conhecer uma outra Huelva, além do centro desta cidade que, aliás, evitamos. Entre a terra e o mar, Huelva fica na fronteira entre Espanha e Portugal com muitos encantos que representam a região da Andaluzia.

PARTIDA PARA O NOVO MUNDO
– Sabia que foi de Huelva que partiram as caravelas e a nau de Cristovão Colombo em direção às Américas?
Foi em 1492, que o navegador partiu deste ponto e, como forma de marcar esse feito, estão aqui três réplicas das embarcações que pode visitar: a nau Santa Maria e as caravelas Niña (nome original: Santa Clara) e Pinta.
Também aqui está representado um mercado do século XV, numa espécie de museu ao ar livre.

INFORMAÇÕES

Morada: Cais das Caravelas, Palos de La Frontera, Huelva
Horários: encerra às segundas-feiras
De 16 de junho a 15 de setembro, terça-feira a domingo, 11h00-21h00
De 16 setembro a 15 de junho, terça-feira a domingo, 9h30-19h30
Entrada: 3,55€/adulto; preços reduzidos: 1,50€; grátis para menores de 5 anos

EL ROCIO

É uma pitoresca vila em Huelva. El Rocio está assente sobre a areia. Até na igreja é impossível não fazer chegar os pequenos grãos de areia que vêm da estrada. Todos os anos um milhão de pessoas participa na peregrinação de La Virgen del Rocio, em maio.

Parece uma vila que parou no tempo: as ruas não foram asfaltadas, os cavalos fazem as voltas com os turistas, nas suas carruagens muito típicas, e as famílias juntam-se nos restaurantes a saborearem a gastronomia regional.
Junto de El Rocio está um parque natural nacional que conserva fauna e flora. Também aqui encontramos as tradicionais sevilhanas, bem no meio do passeio, animando quem por ali passava.

Almoçamos no restaurante Toruño, onde as refeições são uma festa. Parece estarmos num casamento no meio de um ambiente muito tradicional e pitoresco. Tudo o que provámos estava delicioso!

NA ROTA DOS VINHOS
Um dos momentos da nossa visita por Huelva foi dedicado a conhecer os vinhos da região. Depois da passagem no Centro de Vinho do Condado de Huelva, fomos ao vinhos (Bodegas) Oliveiros conhecer a sua cave e provar vários néctares… incluindo o famoso vinho de laranja.

O final do primeiro dia em Huelva não podia ter sido melhor: o pôr do sol na praia del Parador e assistir ao adeus do sol num arco-íris de cores quentes que se deitam no mar… Coisas simples que alegram o nosso dia.

A praia de Mazagão tem vários quilómetros de areal. Perde-se de vista o seu final… enquanto famílias brincam no areal numa tarde quente de novembro… parece verão! A costa de Huelva compreende cerca de 100Km de praias, algumas delas totalmente virgens, frente ao Parque Natural de Doñana. São mais conhecidas as praias de Mazagón e Matalascañas. Mais junto de Portugal estão as também conhecidas Isla Canela, Isla Cristina, Islantilla e La Antilla.

RIO TÍNTO
Esta é a história de uma mina que deu emprego a milhares de pessoas, tirou Espanha da bancarrota, e de um curioso rio…
Basta olhar para o rio Tínto para perceber porque é considerado um quebra-cabeças para a própria NASA, que se tem esforçado a estudá-lo nos últimos anos. Mas já lá vamos.

O ponto de encontro deste segundo dia era na capela Presbiteriana de Bellavista, para divulgar um pouco a sua história. Foi construída em 1891 mas atualmente só recebe eventos especiais. Se quiser visitar tem de marcar com antecedência.
Neste bonito bairro, chamado de bairro inglês, já moraram os donos e famílias que exploravam as minas. Agora, as casas permanecem habitadas, mas  tudo o resto é só um ponto por onde os turistas querem passar. Também aqui encontra um monumento erguido em memória dos mineiros que morreram na I Grande Guerra.

Diz-se que, na altura, foram as minas compradas por um milhão de pesetas (moeda espanhola na altura) o que deu muito jeito a um governo espanhol que se encontrava em bancarrota.
Visite as minas de Corta Atalaya e fique espantado com a sua grandiosidade – 1200 metros de diâmetro e 345 de profundidade. Chegou a albergar mais de 12 mil trabalhadores. Também tem o Museu Mineiro para visitar nesta vila.

Se quiser fazer a visita à mina, igreja e rio Tinto pode marcar com o Field Work Rio Tinto, especializados em geoturismo e turismo de experiências e cultural.

No segundo dia, da nossa passagem por Huelva, fomos conhecer uma das maiores iguarias espanholas: o presunto ibérico! Na empresa Jamones Eíriz, descobrimos que a produção não se rendeu ao processo industrial e os animais são criados ao ar livre, com espaço de um hectare por cada cabeça. Nesta empresa familiar assistimos ao processo de produção, em diversas etapas, e no final provamos os vários presuntos. Vale a pena esta visita! E faz parte da Ruta del Jabugo, com outras bodegas que pode visitar.

Ali ao lado fomos experimentar os cozinhados do restaurante la Barcina, com ovos com cogumelos e presunto, só para dar um exemplo, e à sobremesa um doce típico de marmelada com nozes.

Mas, o melhor mesmo… foi termos sido convidados para nos juntarmos à família de Domingo Eíriz numa festa de amigos em Corteconcepción. Um domingo ao sol, no campo, com diversão, comida e vinhos.

Em Aracena, não chegamos a subir ao castelo porque já se fazia noite. Mas mergulhamos no seu centro onde, num simples domingo, as famílias enchiam as esplanadas e comércio local. Espreitamos aquela que é uma das mais antigas confeitarias locais (como a Rufino) e saímos maravilhados com esta tão pitoresca vila.
Em Aracena pode também subir à serra e descobrir o Parque Natural de Picos de Aroche.

Voltamos ao assunto do rio Tinto: um pequeno rio na província de Huelva, na região de Andaluzia, no sudoeste de Espanha. Tem uma cor curiosa, vermelha (daí o nome tinto), que se deve a um ácido com pH 1.2 que não deixa vingar a maioria das formas de vida nas suas águas. São águas com muitos metais e pouco oxigénio. Durante séculos, o rio foi considerado um rio “morto”, mas os estudiosos encontraram algas microscópicas (plâncton) na sua superfície. O interesse da NASA neste rio deve-se também às semelhanças com o planeta Marte.
Ao seu redor está uma paisagem protegida e também as minas que desenvolveram economicamente esta região.

Um enorme obrigada: a Almudena e ao Hotel Fuerte El Rompido, pela organização e acolhimento; aos viajantes Janet, Claudia e Yann pela boa disposição, companheirismo e amizade! 😀

O Viaje Comigo viajou a convite do Turismo de Huelva e Hotel Fuerte El Rompido.

Onde ficar alojado em Huelva ou nas imediações? Leia aqui.